Estátua de João Paulo II no Santuário de Fátima - Portugal
Autor - Czeslaw Dzwigaj - Polônia
O saudoso Papa João Paulo II pode ser canonizado até o final de 2013. O segundo milagre comprovado recentemente foi a cura do mal de Parkinson na freira francesa Marie Simon
Pierre, o que deve levar a Santa Sé a proclamá-lo santo.
Lembrando a oração tão querida da Virgem Maria, o Santo Rosário, transcrevemos
parte da Carta Apostólica Rosarium
Virginis Mariae, publicada no vigésimo quinto ano de seu pontificado.
Paz!
"CARTA APOSTÓLICA
ROSARIUM VIRGINIS MARIAE
DO SUMO PONTÍFICE
JOÃO PAULO II
AO EPISCOPADO
AO CLERO E AOS FIÉIS
SOBRE O ROSÁRIO
ROSARIUM VIRGINIS MARIAE
DO SUMO PONTÍFICE
JOÃO PAULO II
AO EPISCOPADO
AO CLERO E AOS FIÉIS
SOBRE O ROSÁRIO
INTRODUÇÃO
1. O
Rosário da Virgem Maria (Rosarium Virginis Mariae), que ao sopro do
Espírito de Deus se foi formando gradualmente no segundo Milénio, é oração
amada por numerosos Santos e estimulada pelo Magistério. Na sua simplicidade e
profundidade, permanece, mesmo no terceiro Milénio recém iniciado, uma oração
de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade. Ela
enquadra-se perfeitamente no caminho espiritual de um cristianismo que,
passados dois mil anos, nada perdeu do seu frescor original, e sente-se
impulsionado pelo Espírito de Deus a « fazer-se ao largo » (duc in altum!)
para reafirmar, melhor « gritar » Cristo ao mundo como Senhor e Salvador, como
« caminho, verdade e vida » (Jo 14, 6), como « o fim da história humana,
o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização ». (1) O
Rosário, de facto, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu
âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a
profundidade de toda a mensagem evangélica,da qual é quase um compêndio.(2) Nele
ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação
redentora iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão frequenta
a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do
rosto de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor. Mediante o
Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas
mãos da Mãe do Redentor.
Os
Romanos Pontífices e o Rosário
2.
Muitos dos meus Predecessores atribuíram grande importância a esta oração.
Merecimento particular teve, a propósito, Leão XIII que, no dia 1 de Setembro
de 1883, promulgava a Encíclica Supremi apostolatus officio, (3) alto
pronunciamento com o qual inaugurava numerosas outras declarações sobre esta
oração, indicando-a como instrumento espiritual eficaz contra os males da
sociedade. Entre os Papas mais recentes, já na época conciliar, que se
distinguiram na promoção do Rosário, desejo recordar o Beato João XXIII (4) e
sobretudo Paulo VI que, na Exortação apostólica Marialis cultus, destacou, em
harmonia com a inspiração do Concílio Vaticano II, o carácter evangélico do
Rosário e a sua orientação cristológica.
Eu
mesmo não descurei ocasião para exortar à frequente recitação do Rosário. Desde
a minha juventude, esta oração teve um lugar importante na minha vida
espiritual. Trouxe-mo à memória a minha recente viagem à Polónia, sobretudo a
visita ao Santuário de Kalwaria. O Rosário acompanhou-me nos momentos de
alegria e nas provações. A ele confiei tantas preocupações; nele encontrei
sempre conforto. Vinte e quatro anos atrás, no dia 29 de Outubro de 1978,
apenas duas semanas depois da minha eleição para a Sé de Pedro, quase numa
confidência, assim me exprimia: « O Rosário é a minha oração predilecta. Oração
maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. [...] Pode dizer-se
que o Rosário é, em certo modo, um comentário-prece do último capítulo da
Constituição Lumen gentium do Vaticano II, capítulo que trata da
admirável presença da Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja. De facto,
sobre o fundo das palavras da “Avé Maria” passam diante dos olhos da alma os
principais episódios da vida de Jesus Cristo. Eles dispõem-se no conjunto dos
mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos, e põem-nos em comunhão viva com Jesus
– poderíamos dizer– através do Coração de Sua Mãe. Ao mesmo tempo o nosso coração
pode incluir nestas dezenas do Rosário todos os factos que formam a vida do
indivíduo, da família, da nação, da Igreja e da humanidade. Acontecimentos
pessoais e do próximo, e de modo particular daqueles que nos são mais
familiares e que mais estimamos. Assim a simples oração do Rosário marca o
ritmo da vida humana ». (5)
Com
estas palavras, meus caros Irmãos e Irmãs, inseria no ritmo quotidiano do
Rosário o meu primeiro ano de Pontificado. Hoje, no início do
vigésimo quinto ano de serviço como Sucessor de Pedro, desejo fazer o
mesmo. Quantas graças recebi nestes anos da Virgem Santa através do Rosário:
Magnificat anima mea Dominum! Desejo elevar ao Senhor o meu agradecimento
com as palavras da sua Mãe Santíssima, sob cuja protecção coloquei o meu
ministério petrino: Totus tuus!..."
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