domingo, 12 de julho de 2009

Santa Maria da Esperança

Se não fossem as tuas mãos, mãe nossa,
a quem acudiríamos nós
neste tempo escuro que nos tocou viver?
Tu bem sabes que em todas as esquinas
o pranto nos vem ao encontro:
abrimos os jornais
e o sangue corre em todas as páginas:
Não há dia em que alguém não caia abatido
por balas assassinas:
A arte da mentira domina todo o mundo;
os espertos triunfam dos pobres;
e até o amor, que outrora
parecia porto seguro,
se tornou num jogo que distrai e amanhã só deixa
cinzas,
- a quem recorrer então
com o cântaro partido de nossa solidão?

É então
que alguém abre os olhos e recorda
que, milagrosamente,
à beira de todos os caminhos
estás tu, Virgem pura, como um farol
na noite do mundo,
tu, vida, doçura, esperança nossa.
A tua mão é companhia dos abandonados.
O teu coração jovem é o refúgio
dos velhos, que viram morrer seus sonhos.
Os teus olhos são o porto dos que nada esperam.
Os que sofrem encontram o seu repouso a teus pés.
A tua alma cheia de graça
é a fonte onde bebem todos os pecadores.
A tua pureza é o sinal dos amores limpos.
A tua entrega é o exemplo de todo o grande amor.

Por isso, na tristeza, voltamos os nossos olhos
para teu rosto de mãe,
para ti, porto seguro em todas as angústias,
para ti, única esperança do nosso coração.

Do livro “MARIA DE NAZARÉ” de José Luis Martin Descalzo

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