sábado, 24 de abril de 2010

Santa Maria da Caridade

Mãe nossa,
Agora, que já vives diante do trono de Deus,
não necessitas da esperança.
Como esperar o que já se possui?

Mas tua caridade continua a crescer
assim na terra como no céu,
assim no cada vez mais profundo amor ao Pai
como no terno amor aos teus filhos do mundo.

Por isso, hoje acudimos confiados a teus pés, Mãe nossa,
sabendo que na tua alma
há amor suficiente para todos,
sabendo que não há miséria humana
que tu não compreendas,
que não há tristeza que tu não possas apagar
E que não há alegria para a qual não dês sentido

E não poderias Tu, senhora, dar-nos
um pouco do amor que te sobra?
Não poderias Tu acender com teu fogo
a chama fria das nossas vidas?
Não poderias fazer com que os teus filhos
conseguissem parecer-se com o amor de sua mãe?

Desde o obscuro deste poço de gelo
nos voltamos para Ti, Santa Maria
da caridade e do amor,
para te pedir
que nos emprestes por um pouco o teu coração ardente,
que nos tires o frio de nosso coração..

Do livro “Maria de Nazaré”, de José Martin Descalzo

2 comentários:

  1. Lindo, sentido, MªLÚCIA!
    Venho agradecer as palavras gentis que me mandaste enquanto estive afastada, por doença. Obrigada pelas tuas orações e Nossa Senhora permita que eu encontre apaz que Ela sabe que eu necessito.
    BEIJOS ,minha querida amiga

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  2. O poema é belíssimo.
    Na forma e no conteúdo.
    Mas o autor, na minha modesta opinião, sente algum desencanto, visível principalmente na parte em questiona a Santa.
    Querida amiga, bom resto de semana.
    Beijos.

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