Neste mundo obscuro em que vivemos
à vezes, Senhora, é tão difícil
manter a fé!
Às vezes
Dir-se-ia que Deus se afastou para longe de nós,
que aqui triunfam os maus,
que fomos esquecidos nas mãos da dor.
E, então, voltamo-nos para Deus para lhe dizer;
Onde te meteste, ó Jesus,
agora que é urgente a tua presença?
e invejamos a sorte que tiveste
de O teres em tua casa,
de O ver em cada hora e te sentires
protegida à sua sombra.
E então descobrimos que também Tu vivias
da fé e na fé
que também Deus Te fez caminhar para Ele
às apalpadelas, sabendo
sem saber, e repetindo a cada momento
o "eis aqui a tua escrava"
de quem aceitao que não compreende.
Às vezes pergunto-me
como pode crer em Deus
quem tem Deus nas entranhas,
se é que a fé é crer no que não vemos.
Mas logo me recordo do que Isabel Te disse:
"Bendita és Tu, porque acredistaste".
E as outras palavras de Jesus:
"Minha mãe e meus irmãos
são aqueles que creem e cumprem a vontade do Pai".
E Tu, sua mãe.
não vivias, mais do que ninguém, na fé?
sim, na fé, tremendo, geraste o teu Filho.
Na fé adoraste aquele pedaço de carne que saiu do teu ventre.
N obscuridade da fé, Tu viveste os seus trinta anos obscuros.
Na fé acompanhaste os seus últimos minutos.
Com fé aceitaste segui-lo de longe.
Com a fé compreendeste a aceitação da more.
Na fé acompanhaste os seus últimos minutos.
Com a fé e com esperança
suportaste a espera da sua ressurreição.
Por isso, nestas sombras da nossa triste vida
para Ti nos voltamos, Santa Maria da Fé,
Para te pedir que aumentes a nossa fé de cegos,
que nos ajudes a ver o que não vemos.
a descobrir o Deus que vive e cresce dentro de nós
como cresceu em teu seio, um dia o pequeno Jesus.
José Luis Martin Descalzo
sábado, 19 de novembro de 2011
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Salve! Ave! Grato!...
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